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UMA ANÁLISE DE ÍNDICES BRASILEIROS E OS IMPACTOS NOS INVESTIMENTOS (7° Post)

  • ivanilto andreolli
  • 3 de set. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de set. de 2023


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A busca da tão sonhada Independência Financeira (IF) passa também pela correta alocação das economias. Investimentos de longo prazo precisam estar protegidos da inflação e escolher investimentos que trazem maior retorno no tempo encurta o caminho para se chegar na IF. Este post traz uma análise de diversos índices que influenciaram os investimentos nos últimos 23 anos e podem servir ao investidor para a tomada de decisão nos investimentos futuros. Este post é complementar ao post anterior (23 ANOS DE RETORNO NOS INVESTIMENTOS, QUEM SE SAIU MELHOR?)


A tabela 1 apresenta as taxas acumuladas nos últimos 23 anos, em intervalos de 5 anos, para diversos índices. Por exemplo, a segunda linha traz o retorno de 31/12/2022 a 31/01/2017. A terceira linha traz o retorno de 31/12/2022 a 31/01/2012. As demais linhas seguem no mesmo raciocínio.


Os investimentos atrelados ao IPCA e ao DI, nas referidas taxas da tabela 1, são investimentos que estavam disponíveis nesse ínterim de análise. Aliás, são retornos já líquidos de imposto e foram possíveis de se obter em modalidades diversas da Renda Fixa. Por exemplo, 105%DI líquido de imposto equivale nesse interim em média a um CDB de 120% DI. Taxa essa que existe disponível ainda hoje no mercado de RF de crédito bancário com prazos mais dilatados.


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Tabela 1: índices acumulados nos últimos 23 anos (2000 a 2022).


É interessante observar que nos primeiros 10 anos da tabela (última década), quem aplicou em IPCA+5%, conseguiu retorno melhor do que quem aplicou em 105% do DI. Já na década anterior a esta o DI se saiu melhor. Esse fato tem a ver com a diferença entre DI e IPCA que tem caído ao longo do tempo. O gráfico a seguir, que traz o acumulado IPCA e DI, ilustra esse fato. As curvas nos últimos 5 anos parecem coladas e estão de acordo com os dados da tabela anterior. Foi quando o governo levou a SELIC a patamares por volta de 2%a.a.!


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Figura 1: Acumulado IPCA e DI nos últimos 23 anos (2000 a 2022)


A figura 2 mostra o comportamento do IPCA e do DI nesses 23 anos, onde também pode-se observar a redução da diferença entre esses índices e o baixo DI dos últimos 5 anos, mesmo com o forte aumento em 2022. Na figura também são plotadas linhas de tendência mostrando que tanto o DI como a inflação vêm caindo com o tempo.


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Figura 2: Comportamento IPCA e DI nos últimos 23 anos (2000 a 2022).


Voltando para a tabela 1 e selecionando alguns índices, pode-se avaliar em termos de poder de compra de kg de alimentos, por exemplo, de arroz, os investimentos em dólar, 105% DI, IPCA+5%, S&P500 e IBOV. Os índices 105%DI e IPCA+5% são possíveis de se obter já líquido de IR em emissões bancárias (renda fixa). Considerando a renda variável, especificamente ações, na bolsa brasileira o principal índice é o IBOV e da americana o S&P500. O S&P500 está convertido para a base em reais.


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Tabela 2: Poder de compra nos últimos 23 anos no Brasil em termos de kg de arroz.


A interpretação da tabela 2 é considerar que no tempo zero o investidor com seu dinheiro comprava 1kg de arroz e aplicando este dinheiro em cada um desses investimentos, compraria os respectivos kg de arroz. Assim, se ele aplicou em IPCA+5%, depois de 15 anos, compraria um pouco mais que 2kg de arroz, ou seja, mais que dobrou seu poder de compra.


A figura 3 apresenta curvas acumuladas nos últimos 23 anos do IPCA, IBOV, IPCA+5% e 105%DI. Observa-se o fraco desempenho do IBOV, principalmente de 2010 a 2016. Esse foi um período de recessão da economia brasileira. Mais um fator de risco para quem investe em renda variável. Mesmo considerando os 23 anos, a RF se sobressaiu de maneira significativa.


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Figura 3: Acumulado do 105% DI, IPCA+5%, IBOV e IPCA.


O fraco desempenho do IBOV pode ser atribuído ao fraco desempenho do PIB brasileiro na última década. O gráfico da figura 4 ilustra o desempenho do PIB brasileiro de 1996 a 2022 (27 anos). A figura traz o retorno do PIB em termos reais, já descontada a inflação.

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Figura 4: Comportamento do PIB brasileiro em termos reais.


Observa-se que de fato na última década, o desempenho do PIB brasileiro foi fraco. Outra forma de visualizar o desempenho do PIB é considerar o gráfico da figura 5 que traz o acumulado de 5 em 5 anos. Observa-se que principalmente no intervalo entre 10 e 5 anos o PIB brasileiro não saiu do lugar.


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Figura 5: Acumulado PIB brasileiro de 5 em 5 anos no período de 26 anos.


Em uma análise dos dados, pode-se observar que investimentos protegidos pela inflação além de reduzir riscos (proteção da inflação), traz um bom retorno. Considerando ainda possíveis manobras políticas de baixar a SELIC de forma forçada cuja reação futura é aumento do IPCA, torna investimentos protegidos da inflação uma espécie de porto seguro.


Cabe ainda uma análise gráfica do IPCA da figura 2. Nos sistemas complexos em geral existem inércias entre a prática de uma ação e a ocorrência dos seus efeitos. Assim, é natural que o IPCA oscile e, em períodos curtos, o retorno em investimentos atrelados ao IPCA podem inclusive ser negativos, mas se considerar um período maior, a média se torna representativa dessa variável. Assim, sugere-se ao menos 3 anos em investimentos atrelados ao IPCA buscando obter uma taxa média mais representativa desse índice.

 
 

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