top of page

A INFLAÇÃO E O PODER DE COMPRA (3° post)

  • ivanilto andreolli
  • 3 de set. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de set. de 2023

A confusão na análise dos investimentos.



ree

A inflação é um conceito econômico que se refere ao aumento geral e contínuo dos preços dos bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. Em outras palavras, é a perda gradual do poder de compra da moeda. A inflação ocorre quando há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda na economia. Quando a demanda por bens e serviços excede a capacidade de produção da economia, os preços tendem a subir. Isso pode acontecer por diversos motivos, como aumento dos custos de produção, aumento dos salários, políticas monetárias expansionistas, entre outros.


Existem diferentes índices e medidas utilizados para acompanhar e medir a inflação em uma economia. Alguns dos indicadores mais comuns incluem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em outros países.


A inflação tem impactos significativos na economia e nas finanças pessoais. Quando os preços aumentam, o poder de compra da moeda diminui, o que significa que a mesma quantidade de dinheiro compra menos bens e serviços ao longo do tempo. Isso pode afetar negativamente o padrão de vida das pessoas, reduzindo sua capacidade de adquirir produtos e serviços.


É importante mencionar que uma inflação moderada pode ser considerada saudável para uma economia, pois pode estimular o consumo e o investimento. No entanto, inflações muito altas (hiperinflação) ou muito baixas (deflação) podem causar problemas econômicos significativos.


Além disso, a inflação pode ter implicações nos investimentos e nas decisões financeiras. Por exemplo, se a taxa de inflação superar a taxa de retorno dos investimentos, o valor real desses investimentos diminuirá. Portanto, é importante considerar o impacto da inflação ao tomar decisões financeiras e de investimento.


Existe certa confusão em relação à inflação na análise de investimentos de longo prazo. A confusão decorre de se considerar a taxa de inflação como se essa adicionasse crescimento ao patrimônio. Nominalmente, um investimento feito hoje, após 30 ou mais anos, resultará em um valor muito maior. A questão é: como avaliar esse valor nominal em termos de poder de compra. Afinal, o que realmente interessa é o poder de compra.


Vamos considerar um primeiro exemplo de uma pessoa que recebe um valor (herança, indenização, ou outra fonte qualquer) de 100mil reais. Hipoteticamente essa pessoa resolve, então, fazer uma aplicação financeira por 30 anos que rende apenas a inflação. Supondo uma inflação de 8%a.a. essa pessoa teria após os 30 anos, aproximadamente 1milhão de reais, porém, o poder de compra desse valor nominal é de apenas 100mil reais de hoje. Em outras palavras, se esta pessoa hoje compra 20mil kg de arroz com os 100mil reais, daqui há 30 anos, comprará aproximadamente os mesmos 20mil kg de arroz. Não houve qualquer adição de valor a este patrimônio, tão pouco destruição de valor.


Agora considere um investimento mais realista; a construção da independência financeira através de economias mensais e essas sendo aplicadas a taxas reais de juros (taxas acima da inflação), por exemplo, em títulos públicos atrelados ao IPCA. A análise completa de investimentos requer algum conhecimento de finanças e um bom assessor também pode ajudar nisso. Isso porque existe a necessidade de se considerar alguns fatores, tais como, impostos e custos, mas para uma análise expedida e muito útil será exemplificado uma forma de se fazer.


Para exemplificar, vamos considerar um único aporte, os mesmos 100 mil reais. Considere que a pessoa resolva investir em uma taxa real de 5,5%a.a. já isenta de impostos e custos. Esse nível de taxa real é possível de se obter na renda fixa brasileira. Um cálculo simples mostra que o poder de compra fica por volta de 500mil reais. Ou seja, se hoje essa pessoa consegue comprar 20mil kg de arroz, daqui a 30 anos, conseguiria comprar aproximadamente 100mil kg do mesmo arroz! Houve adição significativa de valor a este patrimônio, multiplicação por volta de 5 vezes!


Por fim, vamos exemplificar em termos nominais o que ocorre com o valor do investimento de 100mil reais após 30 anos com a inflação de 8%a.a. e taxa real de 5,5a.a. Nominalmente, a correção da inflação resulta por volta de 1 milhão de reais e quando se considera as duas taxas (real mais inflação), resulta por volta de 5milhões de reais. Analisando esses valores dá a impressão de grande fortuna, mas é preciso lembrar o seguinte:


  • Após 30 anos em inflação de 8%a.a., 100mil reais hoje equivale a 1milhão no futuro;

  • Então 5 milhões de reais acumulados quando se considera a inflação de 8%a.a. mais taxa real de 5,5%a.a., equivale a um aumento de poder de compra de 5 vezes ou 500mil reais de hoje!

Ou seja, no ambiente (IPCA+5,5% a.a.), se considerarmos o poder de compra de hoje, os aproximadamente 5 milhões de reais equivale a aproximadamente 500mil reais!!


A conclusão é tomar cuidado na análise de investimentos com a inflação. Essa tem o poder literalmente de adicionar zeros ao dinheiro. Quando integrada no tempo acaba resultando em grandes montantes nominais, mas que nada adiciona de valor ao patrimônio.


 
 

Copyright © 2023 Ivanilto Andreolli. Criação de Rubens Lima via Wix.com 

bottom of page